Sobre disponibilidade

Quantas vezes você chamou um amigo pra almoçar ou sair e ele não podia? Inúmeras, imagino. E outras inúmeras vezes te chamaram e você é quem não podia ir. Isso é normal. Todo mundo tem um monte de coisa pra fazer e todo mundo tem vontade, às vezes, de não fazer nada.

Cada um mede a vida com uma régua diferente: nosso conceito de atarefado é diferente do dos outros – já que cada vida é diferente da dos outros. Mas eu acho muito importante, pra minha própria sanidade mental, estipular alguns limites.

Sim, todo mundo está sempre “trabalhando muito”, mas ninguém está trabalhando muito o tempo todo, todos os dias, passando meses inteiros sem tempo pra dar um “oi” pra um amigo querido – se ele é querido mesmo.

Sim, “a semana foi muito corrida” pra todo mundo, mas se deu tempo de ver uns viralzinhos no YouTube, de dar uma passada no shopping pra comprar roupa, de fazer um almoço um pouco mais longo um dia, teria dado tempo também de dar um “alô, sumido” pra alguém que tá sumido da sua vida e você sente falta – se você sente falta mesmo.

Sim, talvez os programas que estão te convidando não sejam bem os que mais te agradam, mas então que tal você criar os seus programas e aí convidar as pessoas pra te acompanhar?

Disponibilidade não cai do céu, disponibilidade a gente cria de acordo com o que a gente julga prioridade. Quais são as suas?

5 comentários em “Sobre disponibilidade

  1. Ninguém some sozinho. Em vez de ficar dando lição de moral pedindo de seu amigo te mande um oi nas horas vagas, por que você mesmo não faz isso? E outra, se não tá rolando não tá rolando. Amizades vão e vem, é normal você deixar de ter afinidades com alguém que já foi seu melhor amigo: as pessoas mudam, as circunstâncias mudam, a vida segue. Se não tá rolando, deixa pra lá, não adianta ficar forçando a amizade.

    Vejo nos seus posts muita cobrança e pagação de pau. Muita regrinha. Muita lição de moral de como as pessoas devem viver a vida. Já pensou que o problema pode ser você?

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    1. acho que é possível sumir sozinho sim, sabia? esse post veio de uma conversa com uma amiga em que trocamos histórias sobre alguns amigos em comum que sempre desmarcavam com a gente e pararam de responder aos nossos convites com desculpas parecidas com as dos exemplos. havia esforço de um lado, do outro não. e aí o texto evoluiu pra uma outra coisa, pois adicionei algumas outras teorias pessoais – o que está aí escrito é o máximo que dava pra falar sem comprometer/identificar ninguém, pq minha intenção não era escrever uma indireta. mas super concordo contigo: às vezes acabou e tudo bem. o texto tampouco é pra ser uma vingança, é só uma reflexão geral. especialmente pq muitas pessoas que somem, quando reaparecem, esquecem que o sumiço foi mais culpa delas do que dos outros. sei que já fiz isso com os outros, inclusive. agora, sobre cobrança, pagação de pau, regrinha, lição de moral etc: essa é sua opinião, sua interpretação das coisas. depois que algo é publicado, eu não tenho controle sobre o que você vai achar que eu estava querendo dizer. paciência. eu sou do tipo que não lê/comenta em blogs que escrevem coisas que não gosto mas como se eu te der essa dica vou acabar entrando nessa mesma categoria, fique livre pra fazer o que achar melhor. beijos.

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  2. Já me vi sendo essa pessoa que nega os convites, então acabo não culpando, pois de certo há alguma coisa acontecendo. Mas verdade maior não há, se a pessoa se importa, ao menos um oi ela lhe manda de tempos em tempos. Quem realmente quer, não fica distante de tudo.

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    1. exatamente, esse é meu ponto. é normal isso acontecer de vez em quando. mas se acontece sempre, é sinal que tem algo a mais ali, alguma não-vontade. então não vale reclamar depois, né? tô cansado de “vamos marcar” que não acontecem nunca 😛

      obrigado pelo comentário, jamile 🙂

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  3. Na vida, eu sou a pessoa que nunca está disponível, eu sou aquela pessoa que quando um amigo próximo ou distante manda um convite pra algum evento sou a primeira a inventar uma desculpa. No meu caso (ou em minha defesa) posso dizer que não estou disponível emocionalmente, não sou capaz de ser uma boa companhia para as pessoas que eu gosto e que gostam de mim nesse momento, e sei que não é coisa da minha cabeça, as pessoas que me cercam já me ofereceram e recomendaram ajuda, mas a fase pela qual estou passando vai levar tempo, ainda mais tempo do que já levou. Incontáveis os amigos que já desistiram de me convidar para os lugares, já que eu sempre recuso.

    Imagino que seu texto não seja um apelo a pessoas na minha situação, mas no trecho em que você diz que “todo mundo tem um monte de coisa pra fazer e todo mundo tem vontade, às vezes, de *não fazer nada*.” me sinto incluída, já que hoje, os rolês já não me preenchem como foi um dia, do contrário, me drenam.

    O meu ponto é que, da posição em que eu vejo, sempre teremos esses momentos de indisponibilidade, e não tem ligação com o quanto a pessoa é prioridade na nossa vida (eu mesmo tenho total consideração por todos os amigos dos quais recuso convites), mas de quanta energia temos em nós pra sermos capazes de executar todas as nossas tarefas diárias (incluindo atividades sociais) com o minimo de competência. Todo mundo teve uma semana corrida, mas aquele video viral que nós vimos não é nem remotamente comparável a energia ~física, emocional, financeira~ gasta para encontrar quem nos é querido.

    Pode ser inocência da minha parte acreditar que as pessoas, na verdade, simplesmente não tem essa energia sempre, e também acreditar que esses períodos de baixa energia podem durar meses, ou até anos (por mais que a pessoa tenha muita consideração e vontade de você).

    Nem todos nós temos energia pra lidar com as pessoas com tanta frequência. Concordo com a moral do seu texto: não passe a eternidade esperando que as pessoas te convidem, tome a inciativa! … Mas nunca, jamais, cobre ou espere que as pessoas tenham a mesma disponibilidade que você.

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